Como disse escreve  Parkes, um dos maiores especialistas no assunto: Luto é o preço do amor e quando um vínculo é rompido gera dor e insegurança.

Luto é a experiência emocional mais dolorosa que alguém pode sentir. Nesse sentido, podemos pensar que quanto mais profundo o amor, maior a dor.

Construímos um modelo de mundo interno que nos dá sentido e nos  traz segurança. Planejamos nossa vida embasado em tal construção. Ainda, segundo esse autor, o mundo presumido é a base de segurança que temos e qualquer situação de mudança, pode gerar intenso sofrimento.

Assim, luto é  uma resposta emocional frente a uma perda significativa que alguém tenha vivido. Pode ser a morte de uma pessoa querida, o fim de um casamento ou a perda de um trabalho que era importante, por exemplo.

E dá para sobreviver à dor da perda?

Perder alguém é também perder a si mesmo: fica um vazio, sobram perguntas, mas diante de tanta dor há também um redescobrimento de si mesmo.

A elaboração do luto não é uma etapa de superação, mas sim de reinvenção e transformação. Não se supera saudade ou a falta daquele que era tão amado, pois isso sempre estará lá, habitado e vívido, no entanto, diante de tanta dor é possível encontrar um caminho para dar um significado diferente à vida e aprender a conviver com a saudade sem que haja tanta dor.

Parkes descreve luto como um gradual processo de colocar peças em um quebra-cabeças, no qual buscamos sentidos e construímos significados.

Então, respondendo a questão acima: sim é possível sobreviver à dor da perda!

Andréa Muro