TÉCNICAS E RECURSOS PSICOTERAPÊUTICOS

recursos psicoterapeuticos

SONHOS e o Fenômeno Onírico

O sonho é um fenômeno natural e espontâneo da psique, que aponta para algo desconhecido e o sonhador precisa tomar consciência. Carl Gstav Jung, psiquiatra suiço, descreveu assim o sonho: “[…] um auto-retrato espontâneo, em forma simbólica da situação presente do inconsciente”. (JUNG, 2000, p. 201).

Os sonhos são como uma série de imagens aparentemente contraditórias e incoerentes, mas seu conteúdo, quando analisado, pode apresentar um sentido claro para a vida cotidiana do indivíduo. Eles expressam o estado do inconsciente, tal como ele é e está num determinado momento e contêm algo essencialmente desconhecido, que emerge de forma espontânea e criativa.

Esse conteúdo busca o equilíbrio psiquíco por meio da sua expressão e integração na consciência.

Eu posso analisar meus próprios sonhos? 

Há sonhos que são tão claros para nós, que ao recordá-los, podemos sentir, intuir e compreender suas mensagens e seu significado para o mometo da vida que estou vivendo. Mas, de um modo geral, quando interpretamos um sonho, tendemos a preenchê-lo com projeções, desejos, medos e expectativas inconscientes. Além disso, sem a ajuda de um outro, diferente de mim, dificilmente vou conseguir realizar uma leitura ampla e profunda. No trabalho com os sonhos na psicoterapia, o terapeuta concede espaço para o sonhador e seu sonho, ajudando-o a estabelecer claramente o seu contexto pessoal , ampliando seu próprio sonho, por meio de associações, metáforas e mitos.

Como os conteúdos dos sonhos são concebidos?

A linguagem do sonho é simbólica, suas imagens expressam algo além do que nossa consciência ja sabe. , Ao analisar um sonho, pretende -se descobrir o modo de ser mais genuíno, que esteja de acordo com a vida interior mais profunda do sonhador.

Jung (1986)escreveu que quando deixamos nosso inconsciente “falar”, este sempre pronuncia as coisas mais íntimas.

As imagens dos sonhos podem clarear os possíveis significados e as soluções de nossos conflitos.

A função terapêutica de alguns sonhos não se esgota, pois podemos encontrar significados novos neles, à luz de diferentes momento e experiências de vida.

Assim, nosso eu, o ego, é constantemente desafiado a se colocar diante das demandas do inconsciente e se o fizer livre de ideias preconcebidas, estará apto e disponível para receber, reconhecer e integrar as novas possibilidades que as imagens apontam.


 

Referências Biblográficas

Jung, C. G. Símbolos da transformação. Volume 5. Petrópolis: Vozes, 1986
A natureza da psique. Volume 8/2. Petrópolis: Vozes, 2000.