Livro: “Um e um são três- o casal se auto-revela.”

Summus editorial, São Paulo, 1994

O casal como tecido relacional: cuja textura satisfaz os cônjuges em maior ou menor grau. A qualidade do tecido e variável, encolhe, estica e cria problemas.

O casal que cria a si próprio rapidamente toma consciência de sua existência. Tendo exigências próprias, ele não hesita em entrar em conflito com as necessidades pessoais dos que lhe dão vida.

Na terapia de casal é preciso trabalhar a situação atual e a expectativa em que a união se baseou. É preciso reorganizar tanto o presente como o passado, para que a vida conjugal possa fluir com harmonia. A irracionalidade da expectativa pode acarretar uma decepções desastrosas e inevitáveis, pois existem desejos que não podem ser satisfeitos.

O que cada parceiro espera do outro precisa ser confrontado, elaborado e adequado à realidade. Essa tarefa pede um exame objetivo em termos de comunicação, apoio, cooperação e harmonia sexual.

Os desejos inconscientes têm o poder de permear ocultamente a relação e atinge o cerne dos problemas, lidar com eles em terapia é um forma e de trazer a luz novas possibilidades.

Segundo o autor o casal cria seu modelo único, especifico e original- absoluto do casal-  e define sua existência como casal, determinando suas possibilidades e seus limites.

 

O olhar analítico:

 

O equilíbrio não é estático, mas dinâmico, com trocas constantes entre os parceiros e seu modelo relacional.

O modelo mecanicista, reparador, pode ser mais suscetível a aplicação prática, mas não traz uma mudança qualitativa do absoluto do casal. Tais esquemas podem bloquear e perpetuar os conflitos e as desordens que se pretende analisar e modificar.

Simplificar a complexidade das relações humanas leva a esquemas cômodos, porem estéreis.

Maria Silvia Pessoa.