O sonho é um fenômeno natural e espontâneo da psique, que nos visita todas as noites, ou seja, quando adormecemos nossa consciência se distancia do mundo vigíl. É valioso! O psiquiatra suíço Carl Gustav Jung  descreve o sonho como: “…um autorretrato espontâneo, em forma simbólica da situação presente do inconsciente”.

No entanto, devido a estranheza que ele nos causa quando acordamos, apenas conseguimos considerá-lo como algo misterioso, como uma série de imagens aparentemente contraditórias e incoerentes. Podemos ir além disso. O material onírico, quando apreendido pela consciência, apresenta um sentido claro,  expressa o estado do inconsciente, tal como ele é e está num determinado momento da sua vida. O sonho contém algo essencialmente desconhecido, que emerge de forma espontânea e criativa, trazendo para a consciência, aquilo que precisamos olhar, reconhecer e integrar.  Para isso, não basta “dar uma olhada” no sonho que você teve, ganhou ou criou. É preciso se abrir para o diferente , aceitar a estranheza que ele provoca e buscar entender sua linguagem própria.  O mundo onírico e suas imagens estão muito distantes do nosso consciente e pouco nos resta a fazer para, deliberadamente e racionalmente reduzir esta distância.

Maria Silvia Pessoa